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Miguel Tenalia

Taxa de juros: marcado espera tom agressivo do Copom com alta de até 0,75% p. p. na Selic

O Comitê de Política Monetária (Copom) se reunirá nesta terça e quarta-feira, 10 e 11 de dezembro, para definir a taxa de juros (Selic), na última reunião sob a presidência de Roberto Campos Neto. A expectativa da maioria dos economistas e instituições financeiras é que o Copom decida aumentar a taxa em 0,75 ponto percentual, elevando a Selic de 11,25% para 12% ao ano. Este será o terceiro aumento consecutivo no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, sendo motivado pela alta do dólar, o risco fiscal e a pressão inflacionária. O relatório Focus, publicado pelo Banco Central na segunda-feira, 9, indicou que a previsão para o IPCA de 2024 subiu para 4,84%, acima da meta, e que a expectativa para a cotação do dólar foi ajustada para R$ 5,95.


Sérgio Goldenstein, estrategista chefe da Warren Investimentos, acredita que a decisão pela elevação de 0,75 ponto percentual será unânime, assim como ocorreu nas últimas reuniões do Copom. Em setembro, a Selic subiu 0,25 ponto e, em novembro, 0,50 ponto. Se confirmada a alta de 0,75 ponto, será o maior aumento desde maio de 2022.


O agravamento das condições inflacionárias, especialmente com a forte queda do câmbio, a piora nas expectativas de inflação e o aumento na inflação atual, justificaria o aumento mais agressivo da Selic, segundo o mercado.


A Associação Brasileira de Bancos (ABBC) acredita que, para evitar grande volatilidade no mercado futuro de juros, o Copom deve acelerar o ritmo de alta, elevando a Selic em 0,75 ponto em dezembro e mantendo um aumento de 0,25 ponto em janeiro, antes de reduzir o ritmo para 0,25 ponto em março.


O tom da decisão é esperado como mais agressivo, com base nas últimas atualizações do Relatório Focus, que reforçou a necessidade de uma postura mais firme do Copom diante das expectativas mais altas para a inflação e projeções de juros. Para o final de 2025, a estimativa para a taxa básica subiu de 12,63% para 13,50% ao ano. Já para 2026 e 2027, o mercado espera uma redução da taxa, mas com um ajuste de 0,50 ponto para os dois anos, estimando a Selic em 11% e 10%, respectivamente.

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